CISTO DE OVÁRIO (I)
A ovulação, que ocorre mais ou menos no meio do período entre as menstruações, é o acontecimento central do ciclo ovariano (figura 1). Antes e depois da ovulação, a estrutura ovariana passa por profundas modificações que se refletem na quantidade e na qualidade dos hormônios produzidos. Na fase pré-ovulatória, alguns folículos (estruturas que contém os óvulos) começam a crescer, adquirindo o aspecto de pequenas bolhas (cistos). Entre esses folículos, um se destaca - o maior deles (o escolhido para romper-se) -, que imediatamente antes da ovulação chega a alcançar 20 mm de diâmetro. O principal hormônio produzido nesta fase é o estrogênio. No período pós-ovulatório, as paredes do folículo roto se transformam numa nova estrutura: o corpo amarelo ou corpo lúteo. Como se fosse uma nova glândula dentro do ovário, o corpo amarelo – que produz um outro hormônio, a progesterona – tem o seu tempo de existência determinado pela ocorrência (ou não) da fecundação. .
Figura 1: Ilustra os fenômenos do ciclo ovariano, mostrando o desenvolvimento do folículo, a ovulação,
a formação e regressão do corpo lúteo, relacionando-os, no tempo, a um ciclo menstrual de 28 dias.
Os números que aparecem em vermelho correspodem ao dia do ciclo da ocorrência.
Havendo gravidez, o corpo lúteo se mantém até o segundo mês e meio da gestação. Se, entretanto, a fecun- dação do óvulo não aconteceu, o corpo amarelo regride ao término de apenas 14 dias. A regressão do corpo lúteo - e a queda dos níveis de progesterona - é responsável pela chegada da mentruação.a formação e regressão do corpo lúteo, relacionando-os, no tempo, a um ciclo menstrual de 28 dias.
Os números que aparecem em vermelho correspodem ao dia do ciclo da ocorrência.
Mostra a correspondência entre os acontecimentos do ciclo ovariano e os do ciclo mentrual (ciclo uterino).
Os números que aparecem em vermelho correspodem ao dia do ciclo da ocorrência.
Os números que aparecem em vermelho correspodem ao dia do ciclo da ocorrência.
Como descrito, são muitas e complexas as alterações sofridas pelos ovários em cada ciclo. Se imaginarmos que esse processo (crescimento dos folículos, ovulação, formação do corpo lúteo, cicatrização) se repete – da puberdade à menopausa – por pelo menos 400 vezes; se lembrarmos que os intrincados mecanismos hormonais que o regulam são extremamente sensíveis e dependem também de outras glândulas (como a hipófise, a tiróide, entre outras); se admitirmos, ainda, que a Natureza está sujeita a falhas e a “acidentes de percurso”, talvez possamos entender algumas das alterações ovarianas que, na ultra-sonografia, aparecem sob a forma de cistos.
Cistos maiores que 5cm, de conteúdo heterogêneo, com limites irregulares e de crescimento progressivo - principalmente se aparecem antes da primeira menstruação ou após a menopausa – precisam ser removidos cirurgicamente para exame, pois existe a possibilidade de, nessas circunstâncias, tratar-se de um tumor maligno.
A maioria das formações císticas ovarianas não apresenta sintomas, porém algumas portadoras podem se queixar de irregularidades menstruais e dor pélvica (que aumenta com as relações sexuais e/ou com as menstruações)
Os chamados “ovários policísticos”, assim como os cistos por endometriose ovariana, serão temas a serem abordados em outros artigos desta série.
Fonte: http://www.drcarlos.med.br/artigo_021.html acesse para ver todo conteudo